segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Músicas de 2007, as melhores!

Músicas de 2007

Eu não ia fazer por ordem de preferência, pra mim é bem complicado, mas não tem como não dizer que pra mim a melhor música do ano é “All My Friends” do LCD Soundsystem.
O piano, a intenção, a letra propícia pra fim de ano até. Mas o mais bacana é que o LCD é a banda que mais me impressionou esse ano. O álbum deles é um primor, os remixes são de um super bom gosto e o show que eles fizeram aqui em São Paulo foi com certeza o melhor do ano por aqui banda afiada, repertório impecável. E quando eles tocaram essa música foi sensação única mesmo.



A outra possível e mais provável música do ano é D.A.N.C.E. do Justice. Música pegajosa, bem boa, com mais de 20 remixes razoáveis, mas que cansou. Todo mundo tocou, em tudo quanto é lugar, o clipe é bem bom, virou comercial copiado aqui e tudo. Seria a mais bacana se não fosse chata hoje de ouvir. Daqui um ano volta a vontade. Mas daí já passou de novo.



As outras músicas boas pra mim, sem ordem de importância, eu acho.

- “Club Action”, das minas do Yo! Majesty - guardadas as devidas proporções, foi a SITWOC do Gossip do ano, com os melhores remixes. Vocal fodão, música bem boa, vibe ótima, música gay de mina fortona!

- “& Down”, Boys Noize - quando eu viajei em agosto, teria a oportunidade de ir ao Creamfields na Espanha. Só fui, mesmo, porque tava o Boys Noize no line-up. E foi absurdo. Pra melhorar, ele tocou esse mês aqui no em sp e foi mais absurdo ainda. Essa música é um electrão pesado, porrada, pra fazer todo mundo se jogar na pista mesmo.

- “Acceptable In The 80’s”, Calvin Harris – o cara é da turma do CSS, Klaxons. O cd dele é bem bacana, muita referencia 80’s, muita música legal, sem muita pretensão. Mas vi o cara ao vivo num festival e pirei. Showzaço, hi-energy total e essa música deixa todo mundo doido, principalmente eu! E essa música eu fico chocado como nunca foi feita antes, de tão óbvia que ela no bom sentido!

- “Any Way You Choose To Give It”, Black Ghosts – esssa é uma banda, junto com Goose, que é rock mas é música eletrônica. Junto a eles The Whip, Late Of The Pier e mais outros ingleses. E essa música me deixa tonto, de verdade. E isso é muito bom sinal.



- “Empire”, The Black Angels – o melhor filho do Velvet Underground. Banda texana pessssssada e maravilhosa. E essa música me faz chorar, de verdade de novo.




- “Fancy Footwork”, Chromeo – eu adoraria entender o que é o Chromeo, porque tudo que eles fazem é muito bom. E essa música levanta qualquer um. Batida muito boa, começo apoteótico, sirene, tecladinhos velhinhos, tudo bem 80’s, tudo o que a gente ouviu o ano todo, só que melhor que a maioria.



- “Mammoth”, Interpol – agora os filhos do Joy Division, os mais hypados, mas os melhores mesmo. Na linha do Editors e afins, prefiro esses caras. E essa música tem até sino no meio! Climão melhor possível, com a guitarra impecável levando tudo junto. Quero ver em março no show!

- “Little Victories”, The Horrors – todo ano esses caras me deixam de queixo caído, mais e mais. Filhos de Cramps com Zé do Caixão com Elvira, fazem o som mais soturno e mais rápido e mais bacana de todos. Quase vi o show deles, perdi de bobeira e me arrependo muito. Montados e doidos, o qu mais a gente pode querer com aquele tecladinho veio de igreja podre? Cramps on ecstasy, na minha opinião, o melhor de dois mundos.



- “The Devil”, PJ Harvey – a Polly Jean é aquela mulher que quando lança álbum novo eu fico arrepiado só em saber, só na expectativa. Esse último álbum é PJ ao pianinho morrendo em canções lindas demais e essa em especial me faz repensar o porquê de umas lilly allens da vida continuarem cantando se já temos Polly Jean.



- “Do It Again” e “All Rights Reserved”, The Chemical Brothers – esses ingleses não param, só melhoram e esse álbum We Are The Night é inacreditável. Só hits, só música boa, só música diferente, nada do que esperava deles. De novo. Essa duas músicas em especial eu tenho vontade de ouvir todo dia, e quase ouço mesmo. Ótimas pra dançar sozinho em casa. E o melhor é que eu consegui ver 2 shows deles esse ano, diferentes mas iguais em vibe, doideira e psicodelia, que é o que falta pra quase todo mundo hoje em dia.

- "Golden Skans", Klaxons - tá bom, Klaxons também encheu meio o saco esse ano, mas a música é linda, melodia de primieríssima e confirma todo o hype em cima dessa banda, que tomara venha pra cá nao que vem.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Michael Clayton, uma aula de cinema.


Michael Clayton é um advogado pros policiais e um poilcial pros advogados da firma que ele trabalha. É um cara que como ele mesmo diz, faz faxina pros clientes/sócios, conhece todo mundo, resolve desde um atropelamento até um problema de envenenamento global.
"Michael Clayton" é o filme escrito e dirigido pelo meu mais novo "mestre" Tony Gilroy, famoso roteirista de NY, onde ficou rico escrevendo os filmes Bourne. Em anos e anos de carreira, ficou bem amigo de Steven Soderbergh, o produtor desse Clayton, sócio de George Clooney que faz o próprio Clayton no filme. Se o cara não for indicado pro Oscar por essa atuação, não sei de mais nada. Ano passado ele já levou coadjuvante e concorria como principal, mas esse ano ele leva de novo, com certeza. E além dele, no filme, Tilda Swinton e Tom Wilkinson, os ingleses quebram tudo, dando o melhor deles em seus papéis num elenco dos sonhos.
Claro que muito disso se deve à primorosa direção de ator. E ao roteiro, que dá voz a esses caras, com muito solilóquio, muito falatório e bom falatório.
No final das contas, a história nem interessaria tanto, só importando o que os caras nos mostram na tela, mas a história é boa demais, um suspense adulto primoroso, que nos deixa presos até o final.
Mais pontos ao diretor/roteirista.
Clooney é um cara que está pegando todos os melhores papéis pra ator da idade dele, poderoso, inteligente e ótimo ator. Perdi o bode que eu tinha dele quando ele saiu do Plantão Médico, e fazia os papéis de galã, com o olhar de baixo, franzindo a testa, me irritava muito. Hoje ele já provou que é bonitão e bacana, bom ator, pode fazer o que quiser, inclusive tá meio gordinho nos últimos filmes, coisa impensável até uns anos antes. Ele é o cara que faz Syriana e faz Solaris, refilmagem de um clássico russo do Tarkowski, ficou ruim, mas mostrou que ele pode, sempre junto do sócio Soderbergh que, de novo, produz Clayton.
Outro que produz e que aparece é Sidney Pollack, com um papel ótimo no filme e com cara de quem tá gostando lá, apesar de parecer não saber muito o que fazer com as mãos em muitas das cenas.
O filme é sóbrio, não apela pra porradarias, é filme de e para gente grande, sem muita concessão, mostrando que quando se quer, faz-se filme bom em holywood.
Pra terminar e confirmar, só pode ser ótimo um filme cuja frase principal, dita por dois personagens diferentes, dois homens, "eu sou Shiva, deusa da morte"!
Rocknroll!

domingo, 9 de dezembro de 2007

30 Dias De Noite


30 Dias De Noite um filme pra poucos, fortes de estômago. Mas é um filme que todo mundo que gosta um pouco de terror deveria ver.
Numa cidade do Alaska, perdida no meio do nada, no pico do inverno o sol não aparece por 30 dias. E a cidade fica isolada do resto do mundo durante esse tempo sem estradas ou avião ou qualquer outra coisa.
Prato cheio pra um monte de vampiros atacarem, e como eles mesmo dizem, sem deixar vestígio algum de sua passagem, pra que os humanos pensem que eles não existem mesmo, são um pesadelo. Ou uma lenda.
O que acontece no filme então é que os vampiros começam a matança desenfreado, ou um banquete pra eles.
Claro que eles encontram pelo caminho uns caras que tentam de uma forma ou de outra sobreviverem, mas isso é o de menos.
O elenco é legal, mas poderia ser melhor se nnao tivesse o Josh Hartnet, um ator que insistem tanto e que sempre deixa a desejar, com cara de Tommy Lee Jones moleque. O bacana do filme são os vampiros mesmo, capitaneados por Danny Houston, o melhor personagem do filme, o vampirão com cara de vizinho do mal e dentes de cenobita.
O filme não pega leve, vai fundo no sangue, nas mordidas e nos destroços dos mortos.
Os vampiros são sim do mal e estão sim com fome.
E parece que essa fome vem desde o último inverno quando devem ter saqueado outra cidadezinha dessas.
Eu tomei susto o tempo todo no cinema, por culpa do diretor que fez muito bem o seu trabalho e principalmente por culpa do povo de efeitos especiais e maquiagem, que nos deram os melhores vampiros desde o Gary Oldman no Dracula. Produzido pelo grande Sam Raimi, o cara por trás do Homem Aranha e de um monte de filme de terror fodão dos anos 90, o filme é uma aula de como o cinema de terror bom tem feito falta.
Na saída do cinema, tenso do jeito que eu estava, querendo relaxar um pouco, ainda rola um quebra pau absurdo de 2 mulheres com um cara por causa de pés delas na cadeira dele durante o filme. Ele reclamou, elas se irritaram e foi porrada e cusparada ao vivo e a cores. Gente defendendo as mulheres e se jogando na frente do cara e quase passando voando, como os vampiros que quase desaparecem e aparecem sem avisar. Mais bizarro que o filme e bem ridículo! Deu vontade de estourar a cabeça dos 3 ou pelo menos enfiar uma estaca em um deles pra fazer medo. Mas fui pra casa dando risada de nervoso da tensão toda.
Por isso que prefiro os filmes, lá na tela, longe do mico da vida real.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Clipe de "Jigsaw", do Radiohead

Não vou nem falar da música em si, nem do Radiohead em si, mas do vídeo mesmo.
Hoje em dia, dizem, já se fez tudo em matéria de clips e ninguém aguenta mais malabarismos cinematográficos pra se ouvir uma música.
(Quando digo ninguém, quero dizer que EU não aguento mais diretor querendo aparecer em cima de banda)
A questão é que o Radiohead sempre fez clipes simples entre aspas, nada que contasse histórias mirabolantes, mas sempre coisas absurdas e bacanas, como o clipe que Thom tá com um aquário na cabeça que vai enchendo de água enquanto ele canta.
Esse clipe de Jigsaw é mais uma brincadeira ótima dos caras, prendendo as câmeras nas cabeças deles enquanto tocam e cantam num estúdio bonitinho mas ordinário.
A imagem a serviç da música, e não o clipe a serviço do ego de um diretor.
Parabéns mais uma vez aos caras.
E que ano que vem eles venham mesmo pra cá.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Boys Noize @ Vegas, 01.dez.2007


Tive duas experiênncias absurdas com o set ao vivo do Boys Noize esse ano.
A primeira foi em agosto no Creamfields na Espanha. Depois de uma viagem punk pra chegar no lugar, depois de ver umas atrações ok, mas nada demais, começa o set do alemão Alex Rider, moleque magrelo monocelho que DESTRUIU a tenda/circo onde tocou.
O set lá começou na mesma hora do show do Prodigy, então tinha pouca gente assistindo, o que pra mim sempre é genial, porque eu fiquei com o Tuts bem na frente, viajando com resquícios do ainda cristal de mais cedo. Muita barulheira, maximalista animal, misturando muita coisa estranha ao vivo e tocando muita coisa própria, esse set foi antes dele lançar o super Oi Oi Oi.
A gente se divertiu horrores, muita música boa, mixagem perfeita, set delicioso.
Foi com certeza o ponto alto da noite, apesar de termos visto Trentemoller, Modeselektor, Booka Shade, e mais um monte de grandes.
Corta para sábado passado em SP, no Vegas. Noite prometendo superar as expectativas, porque pra melhorar, o amigão Gil Bárbara abriria a noite.
Segundo um amigo, o set do Gil foi uma dedada no rabo! Ele tinha me dito que ia fazer uma retrospectiva do ano, já que era dezembro e tal. Ele tocou só o que eu gosto mesmo, eu quase chorei. Comecei a noite bem relax, sentado no sofá atrás do Gil, tomando um mojito e nem precisava pedir música, parecia que ele adivinhava o que eu queria ouvir. Fui me animando com o set e fui pra pista, meio sozinho, apesar de parecer que eu tava numa festa na minha casa, só amigos por perto. Se eu quisesse ficar sozinho, tava fudido.
Depois do gil teve um equívoco lá no meio e depois entrou Boys Noize. O cara começou o set já testando a cabeça de todo mundo com graves, agudos e ruídos pra ninguém botar defeito, no talo.
Daí pra frente foram 2 horas da melhor música eletrônica feita hoje, muita dela graças ao próprio, que tocou muitos de seus remixes, de Kaiser Chiefs a Digitalism, misturando Michael Jackson com a porrada do Justice, mashup igual ao que ele fez no Creamfields.



A sensação que eu tive é de que eu tava no paraíso do maximalismo, no céu do electro, ouvindo os graves e os agudos que seriam de arrebentar os tímpanos, relaxados pelo sound system do Vegas, o que no final foi ótimo, porque eu cheguei em casa com vida, apesar da viagem ao Canadá no meio da noite.
Momentos como esses, em São Paulo ou em Andaluzia, mudam SIM a minha vida pra melhor, detesto confessar, minha mãe ahca isso um horror. Mas é assim que eu sou, simplinho, qualquer set FODÃODOCARALHOFROMHELLANIMAL me faz feliz.
Aqui tem o set dele no ILOVETECHNO desse ano pra baixar, vale a pena!
Que venham mais!

Shoot'Em Up ou a puta mais linda!


Não tem jeito, a Monica Bellucci é realmente uma deusa.
Dessas deusas poucas que aparecem pela nossa vida, do nível da Adjani, da Deneuve, das Rosselinis, da Vera Fisher, da Kate Moss.
Só que a Monica é uma vaca, sabe que é gostosa, italianona, usa isso bem.
Assisti Shoot’Em Up por causa dela. Li umas matérias dizendo da violência do filme e tal, tô com preguiça de tanta violência já. Mas não dá pra não ver a mulher.
Bom, o filme é da linha desses filmes do Tony Scott, porradaria, fotografia bem boa estilizadona, monocromática, trilha mega rocknroll, elenco impecável.
Essa Shoot’Em Up é um pouco diferente, é meio “engraçadinho”, só que errado. Na verdade é o único defeito do filme, o senso de humor errado, piadas ruins. O personagem do Clive Owen é daqueles cool/malucões que matam todo mundo e sai ileso (nesse filme, quase) sempre. Só que as piadas dele são ruins, por favor. Não me conformo que não tinha um produtor executivo ali do lado do roteirista e mandando ele calar a boca e escrever direito.
Fora isso, a diversão é garantida. Ele, Owen, vai ajudar uma grávida que vai ser morta e acaba com o recém nascido na mão, depois de cortar o cordão umbilical com um tiro. Sim!
Como ele não sabe o que fazer com a criança, vai a um puteiro pedir ajuda a uma “amiga”, la Belucci, uma puta lactante, que acabou de perder um filho.
Bom, o filme é o vilão perseguindo o bebê.
Na verdade, todo mundo é vilão nesse tipo de filme, ninguém é bonzinho, o que é bom, apesar de sempre ter final feliz, de uma forma ou de outra. Esse vilão não é ninguém menos que Paul Giamatti, personagem muito bom, fudidaço, malvado e cruel. A única piada boa do filme sai da boca do Giamatti, piada com o Sideways, genial.
Voltando ao que viemos, Monica.
Ela ta linda, fica falando italiano o filme inteiro pro Owen e ele diz que adora.
A hora que eles se separam ele coloca um revólver na mão dela como se fosse uma aliança, é bem bizarro mesmo.
Uma coisa legal é a cara de pau do diretor. Algumas seqüências do filme parecem extirpadas de um filme heavy metal do James Bond e aditivada com anfetamina pesada. Duas em especial são notórias: um momento que Owen pula de um avião de pára quedas com uns 10 outros caras atrás dele atirando muito e ele mata todo mundo, claro. E outra é uma perseguição de carro, que eu tava achando que nem teria porque demora pacas pra acontecer, mas quando acontece, termina de forma magistral, com o Owen voando pela janela de propósito, nem faz mal contar isso, porque é tão bizarro que é meio inacreditável que colocaram isso no filme. Mais uma vez, parabéns pela cara de pau do diretor.
Não consigo imaginar outra atriz fazendo a puta do filme tão bem quanto a Mônica, e esse é outro trunfo do filme. Um grande trunfo, na verdade. E eu só espero que o cinema americano descubra esse super trunfo e use mais e mais!