quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Michael Clayton, uma aula de cinema.


Michael Clayton é um advogado pros policiais e um poilcial pros advogados da firma que ele trabalha. É um cara que como ele mesmo diz, faz faxina pros clientes/sócios, conhece todo mundo, resolve desde um atropelamento até um problema de envenenamento global.
"Michael Clayton" é o filme escrito e dirigido pelo meu mais novo "mestre" Tony Gilroy, famoso roteirista de NY, onde ficou rico escrevendo os filmes Bourne. Em anos e anos de carreira, ficou bem amigo de Steven Soderbergh, o produtor desse Clayton, sócio de George Clooney que faz o próprio Clayton no filme. Se o cara não for indicado pro Oscar por essa atuação, não sei de mais nada. Ano passado ele já levou coadjuvante e concorria como principal, mas esse ano ele leva de novo, com certeza. E além dele, no filme, Tilda Swinton e Tom Wilkinson, os ingleses quebram tudo, dando o melhor deles em seus papéis num elenco dos sonhos.
Claro que muito disso se deve à primorosa direção de ator. E ao roteiro, que dá voz a esses caras, com muito solilóquio, muito falatório e bom falatório.
No final das contas, a história nem interessaria tanto, só importando o que os caras nos mostram na tela, mas a história é boa demais, um suspense adulto primoroso, que nos deixa presos até o final.
Mais pontos ao diretor/roteirista.
Clooney é um cara que está pegando todos os melhores papéis pra ator da idade dele, poderoso, inteligente e ótimo ator. Perdi o bode que eu tinha dele quando ele saiu do Plantão Médico, e fazia os papéis de galã, com o olhar de baixo, franzindo a testa, me irritava muito. Hoje ele já provou que é bonitão e bacana, bom ator, pode fazer o que quiser, inclusive tá meio gordinho nos últimos filmes, coisa impensável até uns anos antes. Ele é o cara que faz Syriana e faz Solaris, refilmagem de um clássico russo do Tarkowski, ficou ruim, mas mostrou que ele pode, sempre junto do sócio Soderbergh que, de novo, produz Clayton.
Outro que produz e que aparece é Sidney Pollack, com um papel ótimo no filme e com cara de quem tá gostando lá, apesar de parecer não saber muito o que fazer com as mãos em muitas das cenas.
O filme é sóbrio, não apela pra porradarias, é filme de e para gente grande, sem muita concessão, mostrando que quando se quer, faz-se filme bom em holywood.
Pra terminar e confirmar, só pode ser ótimo um filme cuja frase principal, dita por dois personagens diferentes, dois homens, "eu sou Shiva, deusa da morte"!
Rocknroll!

Um comentário:

Alex Fazion disse...

Seus olhos críticos me fizeram lembrar os detalhes que não tinha prestado atenção. Vi o filme e saí do cine meio tonto mesmo, com o falatório, mas realmente gostei muito do Clooney, sabe que também tinha uma birra dele? A Swinton e o Wilkinson quebraram tudo mesmo.
Tenho, ou melhor, depois do que vc disse, e aliás, boto fé, tinha, um certo preconceito com hollywoodianos...mas a gente sempre vai inovando...né não???
abç.Alex