quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

CONTROL


Muito a falar sobre Control, mas pra começar, é dizer que é o melhor filme dos últimos tempos.
Filme sóbrio, perfeito, roteiro bacana, cinematografia excepcional, diretor que sabe seu lugar e não quer ficar aparecendo com “mirabolâncias bestas”.
A câmera é absolutamente não intrusiva, sabe seu lugar mesmo, ta ali pra retratar e não interferir na história.
Anton Corbijn, o diretor, é fotografo desses famosíssimos e foi amigo dos caras do Joy Division na época e diz ele que desde então quis filmar essa história. E foi por ser amigo dos caras que a mulher do Ian liberou os direitos de seu livro de memórias. E ela ficou ali do lado o tempo todo (diz outra lenda) palpitando e escolhendo elenco e tudo. Inclusive a filha deles, que hoje é fotografo, fez os stills do filme.
Bom, o legal do filme é que mostra que os caras da banda eram uns moleques normais, que iam pra escola, tomavam remédios da velhinhas vizinhas, ficavam doidos, fumavam escondidos, ouviam muito Bowie, se montavam, tudo o que todo mundo faz naquela idade. Inclusive as deprês da idade, as incertezas. Só que nesse caso esses “infortúnios” foram levando esses caras a fazerem músicas e essas músicas foram levando esses caras a fazerem shows e mais shows e o Ian, o vocalista da banda, letrista e atormentado não segurou a onda de esposa, filha, amante belga, banda indo fazer tour americana e se enforcou na véspera da viagem.
Eles faziam músicas pra não se gostar, pra não serem bonitas, faziam músicas que lancinavam a alma.
O nível do cara era alto (ou baixo) demais, era o tipo de cara que quando tentou se matar deixou um bilhete pra mulher dizendo que amava e tal e pedindo pra ela avisar a tal amante francesa que também a amava.
Disso tudo saiu a banda fodona que depois se tornou o New Order, e melhor ainda, saiu esse filme lindo, com uma atuação inacreditável do Sam Reiley no papel do Curtis, meio que encarnando o cara. No vídeo abaixo tem um mashup que foi feito com cenas do filme e cena originais, e dá pra se ter uma idéia ótima do que o cara faz. Uma piada ótima no filme é que fazem com o Ian/Reiley no início da banda, dizendo que era melhor ele ser vocalista do Joy Division do que ser vocalista de uma banda tipo The Fall, uma crítica a banda mas também uma piada com o próprio Reiley que fez o papel do Mark E. Smith em outro filme.
Pra quem já foi adolescente, gosta de música, gosta de cinema, gosta de fotografia, esse é o filme perfeito. Só esperar estrear e se jogar!
Enquanto isso dá pra aproveitar a trilha do filme que é demais. Tem aqui pra baixar.




Aqui o mashup:

Um comentário:

Alex Fazion disse...

eu quero veeer...eu quero veeeer...