segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Across The Universe, bonitinho mas ordinário.


Duvide sempre de um filme ou de uma música ou de um livro ou de qualquer "obra de arte" que seja muito comentada, incensada. Don't believe the hype.
Across The Universe é um desses casos. O filme dirigido pela mega hypada Julie Taymor é bem bonitinho, mas raso como um pires de xícara de café pequeno. E de uma sutileza de um hipopótamo solto numa loja de cristais.
A premissa é bem boa, um musical (adoro!) com o roteiro construído sobre as canções dos Beatles (adoro mais!).
Na verdade, o filme é sobre as vontades adolescentes de sair de casa, de mudar de vida, de experimentar o novo, de protestar, de ir contra e de como isso tudo acaba deixando marcas indeléveis durante as passagens e no depois, as cicatrizes.
Claro que é bacana você se aventurar, atravessar o oceano em busca de novidade e de experiências, é bacana quando você conhece a Lucy, a Prudence, a Sadie, quando você descobre os Strawberry Fields, conhece o Jude, e tudo mais que um repertório farto como o dos Beatles te proporciona.
Tudo isso pra chegar à conclusão final que "All You Need Is Love"?
Não vale a pena ser tão óbvio, minha gente.
Fotografia linda, direção de arte linda, coreografias lindas, tudo embalando essa história de descobertas e amores encontrados e perdidos nos anos 60, nos protestos contra a guerra do Vietnam. Mas a gente sabe como vai acabar nos primeiros 15 minutos de filme.
Jude, um operário de Liverpool quer ganhar o mundo porque sua cidade é pequena demais pra ele e vai pra América e lá encontra mais que o pai perdido, encontra o amor, o protesto, a psicodelia, a música, a amizade, a decepção, pra voltar pra casa e chegar às conclusões que já sabia que essas mesmas seriam.
Mas e a graça de não experimentar? Tem que tentar mesmo.
E tentando eu vou vendo esse tipo de filme que, claro, me fez chorar no final, mas que durante deu um pouco de raiva em alguns momentos.
Só espero que a decepção momentânea não perdure.
Ah, saí do cinema faz meia hora, era disso que eu tava falando.
Eu acho.

Um comentário:

Ian disse...

hahahahah
muito concordo com vc.
O hype tá muito art nouveau.. muito decoradinho pra pouco conteúdo